sábado, 29 de março de 2008

Uma mulher chamada Noite

Lá vem a noite com seu salto alto e vestido escuro longo arrastando tudo pra debaixo do tapete.
Ela vem irônica, querendo me assustar de novo...zomba de mim..dos meus lábios frouxos...da minha palidez e do meu sexo expectante em vão...
Os seus passos são lentos e mórbidos...seus ornamentos são sombras...meus olhos buscam rápidos os lampejos, querendo reter um pouco da luz.. Meu olhar perdido encontra na escuridão o vazio, a ausênica de vida, de som, de calor...Teria a noite trazido esse vazio escuro para iludir-me, para abrandar-me, para aliar-se a mim, fazendo compahia...Deixo-me ficar quieta e entrego-me a essa escuridão, fechando ainda mais os meus olhos...Torno-me una com esse silêncio e a noite se desnuda em presença...possui a mim em seus braços de noite...E eu temo como uma virgem indefesa...Não me entrego...Resisto...E ela me viola ainda mais...Penetra nos meus sentidos...Me desnorteando...Não sei quando cedo..se cedo..É tarde, já o dia amanhece e a Noite foge sorrateira...