quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Retorno à cidade do Não


Estou retornando á cidade...
Estou feliz, espero que a encontre em festa...
Será um momento mágico, talvez possa mastigar bolhinhas de sabão num beijo de mentirinha, e entregar a ele em bandeja meu segredo...Decerto o guardião da cidade, com todas as chaves que abrem portas, não compreenderá tamanha volúpia, mas beberá meu segredo grato...Será meu passando brincando de futuro no meu presente, neste flagrado momento esse retorno me convêm mesmo, não há como retroceder, todo meu ser quer e grita por isso, antes não...pelo comodismo uma parte cogitava por que..mas não resisti já que não encontrei resposta e cedi...Livro-me da angustiante expectativa em torno do meu amor, que pondera, que me distancia,que é tudo e não me quer...

Pôr não querer também...não querer?? agora rio disso, por não querer me aventurar na "investida" de tão bela paisagem, pelo medo da altura, e para resguardar-me de qualquer dor , deixo-me levar pela mão que me acaricia o ventre,que me beija de leve, num roçar simbólico de uma posse mansa...A terra revolve-se abrigando uma semente que se "quizéssemos" floresceria...Reporto-me de novo ao "não querer"...Reporto-me ao "não", essa pequena palavra de grandes ações e de maiores omissões...Dela advêm o AMOR, a indiferença, a plenitude...o prenúncio de um sim...e a solidão.