quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Insone


É madrugada, tudo em mim quer dormir, inclusive ele que está em meu pensamento em constante movimento, e é locatário de mim.Os olhos pesam, ardem, as pernas não me levam a lugar algum, a boca cala, e meu pensamento dá ordem de despejo a tão amada presença, ainda assim não consigo dormir.Meu corpo está inquieto, pede "aconchego", tento acalmá-lo, levemente penso "naquela cidade", apenas de leve, para não despertá-lo ainda mais, contudo não tem jeito, minhas mãos induzem meu raciocínio e por isso escrevo, ou o raciocínio induziu a mão que escreve...Sei lá,algo em mim dorme...Quando falo "naquela cidade", eu falo dele, aprendi a chama-lo assim, pois é confortante retornar ao que antes fora, e, ele me abrigará, conheço suas ruas, e com pés nus, pisarei nos mesmos passos, ele é um postal e me acena, quer amar-me...Ele está pronto, eu sinto, e isso me motiva, mas não é tudo, talvez eu não esteja pronta, mas tento imaginar-me de volta à cidade de todas as luzes que entusiasma, mas aqui onde antecedo a isto, vou apagando uma a uma, assemelhando-o ao "outro", num desacerto que acelera meu coração, brinca com meus sentidos me embriaga e atordoa.