quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Banho


Tomei banho e ao me desnudar arranquei meu coração prateado e amassado e o preguei no também frio azulejo do banheiro, num queria esquecê-lo ali, mas era necessário...O sabonete cheirava a flor, mas não era branco como é de minha preferência, mas não importava o cheiro exalava e eu estava sem coração, e só isso me bastava.Contento-me com tão pouco, pondero agora, mas não é bem assim...Na verdade não contento-me com o pouco, apenas me prendo a superficialidade,deixo que os momentos passem e naquele momento ali escrevi minha história, mesmo simples ou complexa, ela transcorreu como aquela mesma água que me banhou e desceu pelo ralo do banheiro...Se alguma coisa ficou?? algumas gotículas no coração prata, mas este já não se encontra no azulejo, e como gosto de dizer, meu coração está debaixo de uma cuia, e um batuqueiro de talento tenta reanimá-lo como se fora um passarinho, frágil e trêmulo, mas ainda vivo...